Saturday, November 14, 2009

Espaço: A Fronteira Final




Na minha humilde opinião, o acontecimento mais legal da Cultura Pop em 2009(e talvez da década), foi, sem dúvida alguma, a renascença de Star Trek(Jornada nas Estrelas) nos cinemas, com o novo filme, de mesmo título. Não só pelo fato de ser MUITO MUITO MUITO legal se apreciar os limites da humanidade diante de uma ópera espacial de ficção científica muito bem trabalhada, por meio de personagens maravilhosos como o Spock, o Dr. McCoy ou o Capitão James Kirk. Mas sim porquê é disto que nós, seres-humanos, estamos precisando, sobretudo eu.

O mundo da arte, a literatura e o cinema se encheram, especialmente nos últimos 15 anos, de Distopias Futuristas, obras que tendem a mostrar o futuro como se prevalecesse o lado obscuro da humanidade. Em que as mudanças atuais da sociedade, a longo prazo, nos trouxessem efeitos malígnos irreversíveis no nosso cotidiano. As metáforas utilizadas em Blade Runner,
Matrix e Terminator profetizam um homem cada vez mais desumano, em decorrência do materialismo científico, que nos transforma em simples máquinas, regadas à avanços tecnológicos cada vez mais crescentes; e então perdemos, de acordo com as obras citadas, todas as características que nos tornam Humanos.

Mas para finalmente podermos ter um suspiro de otimismo, a saga de ficção científica mais Humanista de todas, volta, com um ótimo filme. Sério, cara, deu uma baita felicidade de ver aquele filme no cinema, e todos os personagens voltarem com suas características marcantes irretocáveis.

Star Trek surgiu como uma série de TV(e mais tarde se tornaria também uma série de longa-metragens), na década de 60, durante as lutas por Direitos Civis, nos Estados Unidos intolerante e racista, que gastava uma alta grana em armamentos(era a Guerra Fria) e na Guerra do Vietnã. Mas quando o programa iniciou, esta apresentava uma sociedade utópica convivendo
em plena harmonia na missionária nave da federação, a Enterprise. O total inverso do planeta àquela época.

Havia o Spock, um mestiço, metade humano metade vulcano, a negra Uhura, o russo
Pavel Chekov e o oriental Hikaru Sulu; todos contribuindo para o perfeito funcionamento da Enterprise. Imagine o que era colocar mestiços, brancos, negros e russos num mesmo lugar na época, e nos Estados Unidos do final dos 60's. Enquanto no mundo "real" norte-americano, negros e brancos viviam uma quase Guerra Civil e no contexto geopolítico mundial, os russos lideravam o bloco comunista oriental para aquela que seria a Guerra Nuclear que nos destruiria; na Enterprise, estes personagens conviviam em sincronia perfeita e utópica, guiando a humanidade espaço afora visando descobertas e conquistas. Não conquistas como a que os americanos almeijavam no Vietnã, mas conquistas com uma abordagem crente em valores como a democracia e o iluminismo, que se fortaleceriam com a tecnologia, e não seriam deturpadas por esta.

Humanismo, racionalismo, iluminismo. Estas são as características de Star Trek que nos apresentam uma visão mais otimista do futuro do ser-humano, e que estão de volta com o novo filme da série, lançado este ano, um baita filme. Não é de se admirar que o Barack Obama, um homem fruto destas ideologias e das lutas por direitos civis nos EUA, seja um fã declarado da série.


Falando em Iluminismo; este que foi descrito em Star Trek de maneira que quase nenhum filósofo francês do século XVIII o fez de forma tão maestral. Além da sociedade utópica em que etnias e povos diferentes convivem em harmonia na Enterprise, o Spock cumpria o papel de defensor dos ideais iluministas, sendo o homem racional proposto por filósofos como Immanuel Kant. Um indivíduo guiado pela Lógica e pela Razão(na série, a doutrina vulcaniana era a representação do racionalismo).
Ele é a personificação do perfeito pensador racional, fruto dos ideais iluministas da superioridade da razão e da ciência.

Não há outra maneira possível de se encerrar este texto que não com as palavras do próprio Spock
:


Vida Longa e Próspera!


1 comment:

Anonymous said...

pra mim star trek é genial!
mas a série é mil vezes melhor que esse último filme.

VIDA LONGA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!