Sunday, May 06, 2007

O Último


A cada dia que se passa eu me surpreendo na quantidade de sujeira que existe dentro das pessoas. Uma imundice sem fim, que me faz ficar boquiaberto, sem vontade de compartilhar o mesmo espaço físico com os outros seres-humanos.
Cada vez que eu crio alguma esperança de me enquadrar neste mundo, levo uma pancada carregada de atitudes erráticas. Há ainda, em meu pequeno coração, uma vontade de consertar as pessoas, de mudar o mundo, enfim, toda aquela baboseira de um adolescente sonhador... Toda aquela baboseira que não existe mais.

Quem me conhece sabe que sou um feroz crítico da sociedade contemporânea, que vive uma crise de identidade enorme, valores invertidos, ideais inexistentes. Ou seja, a "conspiração" de nossa alienação está completa. Que macacos que somos!
Provavelmente, se alguém ler este texto, estará me chamando de careta, de cabeça fechada e etc. Pode até ser, mas eu ainda prefiro ter idéias e valores. O que está acontecendo com o mundo? Pessoas jovens, bonitas e inteligentes estragando suas vidas se afundando em imundices. Qual é o problema? Será que eu sou o único ser-humano a estar errado, e todos os outros estão certos?

Ideais perdidos, sonhos quebrados, confiança ingênua... Eu tenho a sensação de ser o último jovem que quer mudar o mundo, o último a ter um sonho, o último romantico. O único que quer não viver mais numa sociedade quebrada e em crises, como a que estou vivendo. Não estou com muita inspiração para escrever um texto poético ou filosóico, mas queria fazer um relato de minha indignação com meus pensamentos. Pensamentos que insistem em dizer que posso consertar os outros. Queria poder me convercer que o homem sempre será podre do jeito que é.

Afinal, Pra quê me importar? Eu faço força para viver num mundo que me rejeita pelo que sou.

Ah, não quero escrever mais. Quis só expressar em palavras o sonho perdido em que vivo.
Será que eu sou mesmo o último? Só queria me convencer que sim, que sou o último, e assim parar de pensar que pode haver mais um.

"...No, There's no romance around there."


Sunday, March 25, 2007

Olha lá!


Você pode tentar me conhecer de diversas maneiras. Mas nenhuma dessas, talvez, seja mais eficaz que me conhecer interpretando a seguinte letra:

Olha só, que cara estranho que chegou
Parece não achar lugar
No corpo em que Deus lhe encarnou
Tropeça a cada quarteirão
Não mede a força que já tem
Exibe à frente o coração
Que não divide com ninguém
Tem tudo sempre às suas mãos
Mas leva a cruz um pouco além
Talhando feito um artesão
A imagem de um rapaz de bem

Olha ali quem tá pedindo aprovação
Não sabe nem pra onde ir
Se alguém não aponta a direção
Perigo nunca se encontrar
Será que ele vai perceber
Que foge sempre do lugar
Deixando o ódio se esconder
Talvez se nunca mais tentar
Viver o cara da TV
Que vence a briga sem suar
E ganha aplausos sem querer

Faz parte desse jogo
Dizer ao mundo todo
Que só conhece o seu quinhão ruim
É simples desse jeito
Quando se encolhe o peito
E finge não haver competição
É a solução de quem não quer
Perder aquilo que já tem
E fecha a mão pro que há de vir.

=)
-Se tu me dar a chance vou provar que não sou um cara ruim.

PS: Não sou fã do Los Hermanos.

Monday, March 12, 2007

O Pagador de Pecados


-"E lá ia eu, após ter pescado uma boa leva de peixes, não era época do bacalhau no mar norueguês, logo, pegamos simples peixes-galinhos. Então, após uma longa pescada, eu e meus companheiros fomos à ceverjaria e passamos todo o dia por lá. Estamos ficando velhos, pois quase não tem mais briga e confusão entre nosso grupo e aqueles cuzões finlandeses.
...Acho que esses velhos combatentes de guerra não têm mais disposição para aventura, e o que resta, a nós, aposentados vikings, é apenas esperar a morte; porém, vendo nossos filhos continuarem a luta que bradamos pela nossa Noruega."

Essa passagem aí é de um diário de minha primeira vida, no ano 789 D.C., aos 57 anos, vivendo tranqüilamente na Noruega. Para quem não sabe, eu era um Viking, que lutou em muitas guerras durante a época da maior expansão nórdica, em minha primeira vida.

-"Era um homem com formas de monstro, de modos brutos, embora um amante de nossa música celta. Se qualquer um fosse aos principais bares da região da Irlanda, terras do Império Britânica, em 1402, veria lá o nosso rapaz; cabelo e barba gigantes, de coloração vermelha, roupa de um adorável vagabundo, e sempre que possível, bêbado. Estava sempre a beber para esquecer a vida solitária que tinha, mas todos que o conheciam, o adoravam, pois sem dúvida era uma das figuras mais engraçadas daquelas terras. E depois de já ter sujado a longa barba ruiva de cerveja e carne de porco, costumava dançar ao som da gaita de fole irlandesa. Há quem já tenho o visto(só durante os porres mais pesados) até cantar, imagine só!"

Já este relato foi feito por uma pessoa que me conheceu em minha segunda vida, quando eu era um simples bardo irlandes, na época do Império Britânico. Este relato foi escrito pelo druida região, ao mandar uma carta à minha família distante, descrevendo-me. Uma singela homenagem póstuma.

-"Morreu hoje (xxxxxx yyyyyyyyyy) , aos 50 anos, de enfarte, o filósofo, professor e autor das obras "O Eterno Retorno", "O Fardo da Verdade" e "Cegos que Choram". (yyyyyyyyyy) formou-se na Universadade da Basiléia e foi um dos grandes representantes da FIlosofia Epistemóloga Alemã, tendo atacado ferozmente o Romantismo que é moda nas Escolas filosóficas da Europa. O filósofo será enterrado em sua cidade natal, Munique amanhã pela manhã e ainda hoje receberá homenagens de seus maiores discípulos".

Esta foi a nota de meu falecimento, em 1899, em minha terceira e mais recente vida. À época, era um filósofo germânico, de modesta importância na Europa, com alguns seguidores dentro das Universidade do Norte do continente.

Pois bem, a quarta vida deste espírito aqui se encontra. Na verdade, não era para ter sido bem assim; em minha atual existência, pago por todos os pecados de meu espírito em vivências anteriores, para acertar as contas com Deus. Pecados que se acumularam durante três vidas, que incluem assassinatos ao montes nas guerras(por parte do guerreiro viking), estupros, vagabundagem e todas as atitudes de um perfeito mau-caráter(por parte do bardo irlandes), e também, heresias, contestações da existência de Deus, formação de pensamentos subversivos, e todo tipo de pensamente anti-padrões da época(por parte do filósofo alemão). De fato, não foram poucos pecados, mas o perturbado espírito só desfrutará das vantagens e da tranqüilidade do paraíso se pagar por todos seus atos em sua última vida, que por acaso, é a minha, de Jair Farias de Oliveira. =)

Ao menos irei para o Céu. Porque... Se eu não for depois de estar vivendo essa vida tão precária e desgraçante... Puta Merda!

Friday, March 09, 2007

Que bacana!



Pois bem, vou aqui relatar um sonho estranho que aconteceu comigo no dia 05/03/2007, confesso que ao acordar, desejei ao Morpheus voltar ao sonho.
- Lá estava eu na casa da minha avó materna, para mais uma reunião de família. Vi todos os meus primos e tios, bem bacana, como sempre. Só que eu senti a ausencia de um membro da família, mas não sabia quem era. Eis que vejo a pessoa que estava falando, um tio meu que eu gostava muito(em meu sonho), estava com uma boina cinza e fumando. Este meu tio não era ninguém menos que Steven Spielberg.
No sonho eu falava com ele normalmente, como se já o conhecesse há um bom tempo. Tive a oportunidade de falar sobre meus roteiros de cinema, meus projetos nos quaderinhos e minha vontade de seguir a carreira de Cineasta. Como sei que Spielberg é um produtor de séries de TV e de filmes espetácular, comecei a perguntar sobre os projetos dele, que disse que não podia falar alguns por ordem da Dreamworks(ele me prometeu levar lá).
Daí ele teve que se despidir, pois é um homem ocupado e tinha de trabalhar.

Meu tio é tão legal.

Ah, estranho que ele não parou de fumar. o.O

Thursday, January 25, 2007

Desespero


Eu sempre fui um Perdedor.

Ou pelo menos sempre me considerei um. Um Perdedor com 'P' maiúsculo. Isso significa, sempre fui alguém que mais teve desilusões do que alegrias, que nunca teve muitos amigos e que sempre ficou para trás. Mas falo em verdade: Nunca me incomodei muito com isso! Sério, As pessoas ignoravam a minha existência, e eu ignorava a existência delas. Desde que, na infância, percebi ser um merda, parei de me importar com o convívio social, passei a viver em função de um mundo que criei em minha mente, um mundo de filmes, heróis, quadrinhos, música e jogos. Esse mundo que criei me confortava. Segui o exemplo do Timão, o Suricate do filme "O Rei Leão" - "Quando o mundo virar de costas para você, Vire as costas para o mundo". E assim me transformei num Nerd Sociofóbico e que( não minto) de vez em quando, tinha uns ataques Maníaco-Depressivos.

-Acontece que chega uma hora em que o homem, a criança, a pessoa, chega a um limite; em que a solidão, a tristeza, a rejeição e a dor tranformam-se em Desespero. Algo muito além do que posso descrever neste texto. Não pretendo descrever isto, mas vou fazer o máximo para chegar o mais próximo possível. Isso porque o Desespero que tenho passado NECESSITA de ser expressado de alguma forma, e eu preciso meio que "organizar" o que estou sentindo, para tentar ficar um pouco menos confuso. O relato que aqui vou escrever é o resultado de ter catado tudo que tenho visto, ouvido e sentido nos últimos anos e ter colocado num Liquidificardor, acarretando numa gosma preta,suja e feia; o que é esse texto.
-Esse Desespero que sinto vai muito além do fato de não ter amigos, ter vivido o tempo todo em solidão e etc. O lugar em que moro(motivo de grande ódio), a grande falta de liberdade, meu estado físico, minhas doenças, perdas de pessoas que amava, falta de empatia, e mais contribuem para o meu estado psicológico.
Pois bem, pergunto-me: Pra quê sentir uma coisa dessas quando há milhões de pessoas passando fome, morrendo em guerras e em estados piores que o meu?
...Respondo: Futilidade. O que sinto é o que sinto e pronto, não o que quero sentir. Dá vontade de criar o "Movimento do Orgulho Triste". Sempre que alguém se sente triste, vem outro e cita que tem gente morrendo de fome e blá blá blá... Mas não se pode evitar, então hoje eu assumo com orgulho e sem medo de contestações: Estou Triste, Infeliz e Desesperado!

É algo que venho acumulando desde que, sei lá, tive minha primeira desilusão na vida. Mas afinal, todos têm desilusões. É, só que há um balanço de tristezas e alegrias. Acredite; Já cheguei a pensar que iria morrer por excassez de Alegrias. Foi se formando e acumulando-se de tal forma que em minha mente(ou coração, para os que acham que esse músculo faz parte das emoções) ficou um vazio. Formou-se uma coisa seca, sem sentimentos... Meu "coração" ficou negro, incapaz de pulsar por emoções. E tudo piorou, quando o "Nada" foi substituído pelo "Ódio", que hoje me toma conta e me faz detestar tudo me toma a frente.

Espera!

Vamos analizar a evolução de meus sentimentos e relações:
#Primeiro: Eu era incapaz de ser amado. Ninguém sentia nada por mim. Eu era um vazio para as outras pessoas. Mas eu era capaz de amar. Ou seja... eu tinha sentimentos bons, como o Amor, só que não eram reciprocos.
#Segundo: Com tantas rejeições passei a ser incapaz de amar. Me sentia vazio e não nutria de bons nem maus sentimentos por ninguém.
#Terceiro: Do vazio passei ao ódio. Odeio tudo e todos. Só, e somente só, sinto Ódio.

...Porra, aonde e quando isso vai parar? Num suicídio?
Falando nisso, eu alteraria a vida de quantas pessoas se me suicidasse? 3? 4? 6 ou 7 no máximo?
Acho que não passaria de 10. E desses 10; 3 só ficariam tristes por poucos dias.
E falo isso em verdade. É triste, não?

Não quero nem vou falar todos os motivos da minha infelicidade. Se alguém está lendo esse texto, é porque me conhece, e já deve conhecer alguns motivos do Desespero que estou comentando.

Vou parar de ser sarcástico e falar com o que realmente sinto. Dói muito, cara!
Dói gritar e não ser notado por niguém... Eu grito mas parece que fica tudo em silencio.
Costumo me sentir um alienígena na Terra(É... Exatamente como o Superman).
A dor que sinto é só minha, eu nunca compartilhei com mais ninguém, apesar de já ter desejado isto. E hoje sou um poço de pensamentos maléficos.

Oh, Deus, em que me transformei?
Eu não fui bom o bastante?
Porque, sinceramente, sempre me considerei um "Bom Garoto", daqueles que merecia receber o presente do Papai Noel no dia de Natal.
Porque ninguém, então, é capaz de demonstrar algum apreço por mim? As pessoas são tão más assim?

É assim: Andando na praia pisei numa pedra e saiu sangue do meu pé. Deixei o sangue correr. Eu queria sentir a Dor, queria muito. Eu queria sentir algo, algo que não fosse Ódio, Tristeza, Solidão... Desespero.
Sim, eu senti a Dor, é pior do que pensava, devia ter feito um curativo. Mas não valia a pena. E no fim das contas parecia absolvidor; comecei a desejar uma faca para enfiar no peito. Devia ser ainda mais redentor. Juro que pensei isso... Foi nessa hora que olhei pro Céu estrelado e perguntei ao tal Deus que dizem estar lá em cima: "Em que me tranformei?".
Daí abaixei a cabeça com os olhos cheios de lágrima e olhei em volta para pedir ajuda. Para quem? Só havia uma mulher feia e idosa perto de mim naquela noite. Não me surpreendi, pois era a solidão, que sempre foi a única a me acompanhar.
Voltei para casa engulindo meus sentimentos e mais triste que o dia anterior, e hoje, mais triste que ontem, e amanhã mais triste que hoje.
-É, esse parágrafo resume bem a minha vida em algumas linhas. E foi um fato real.

Por quanto tempo isso irá durar? Não posso suportar isso por muito tempo. Queria materializar o meu Desespero, formaria-se um monstro, e seria o mais feio de todos. Um ser horrível. Já materializado gostaria de enfrentá-lo numa luta sangrenta.

Repito: Por quanto tempo este sofrimento irá durar? Não posso suportar mais. Dói!

Está sendo fácil chegar ao fundo do poço.
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Por Jair Farias de Oliveira Filho.