
Recentemente tive a oportunidade de ver um dos melhores filmes que já vi serem feitos, "Na Natureza Selvagem"(Into The Wild), dirigido por Sean Penn.
Trata-se de uma longa viagem de um jovem americano recém-formado numa boa universidade, de classe média alta e futuro "brilhante", Christopher McCandless. Ele pretende viajar pelos Estados Unidos selvagem e distante dos grandes centros urbanos, tendo como objetivo final uma longa estadia no Alasca selvagem. Tal viagem seria em busca de uma evolução espiritual, e de concretizar um desejo de se afastar da sociedade que tanto o incomodava. Um afastamento voluntário do convívio social, que beleza! Além da maravilha de filme, acompanhamos tudo ao som da excelente trilha sonora feita por Eddie Vedder, líder do Pearl Jam
A viagem em busca de uma auto-descoberta se dá, de início, de um desprezo total de McCandless pela sociedade e seus vícios maldosos de sempre padronizar tudo e rejeitar o que é diferente ou novo.
"Você pensa que você tem que querer mais do que precisa. E até você ter tudo, não será livre. Sociedade, sua raça louca; espero que não esteja solitária sem mim.
Sociedade, tenha piedade de mim; espero que não fique brava se eu discordar de você. Sociedade, realmente louca; espero que não esteja solitária sem mim."
(Eddie Vedder - Society)
Christopher McCandless é um jovem inteligentíssimo, com notas suficientes para graduar-se na Harvard Law School, e tudo implica que ele possuiria um futuro invejável, construindo uma carreira impecável, com uma bela esposa e filhos, dotado de riqueza intelectual e material; no topo da sociedade competitiva norte-americana.
Porém, nós sabemos que o homem é muito mais do que aquele que busca construir uma "vida invejável", McCandless busca preencher, durante a viagem, o vazio existencial que possui como resultado de sua complicada relação com os pais e a grande dificuldade de se enquadras nos padrões estabelecidos pela sociedade, o que sempre o fez desprezá-la. Tudo isso fez dele uma pessoa extremista e intolerante, que levava tudo à ferro e fogo. Rejeitando todas as pessoas e buscando abrigo na natureza selvagem, isolado de todos, aonde se sentia seguro, mesmo com todas as suas dificuldades.
O que mais me interessou no filme foi o questionamento de tudo aquilo que consideramos valores fortes e firmes, não-contestados, mas que são apenas impostos à você pelo coletivo. Mesmo tendo capacidade para fazer e construir tudo de forma impecável, Christopher questiona qual realmente a necessidade de se construir uma carreira firme, uma vida cheia de bens materiais, colocar filhos num mundo cada vez mais perverso. Isso tudo são valores que não o fazem feliz, e que, com certeza, se forem analisados calmamente por todos, não devem trazer a felicidade à muitos.
Temos "vontade" de ter uma carreira para simplesmente suprirmos as necessidades da sociedade, em que o homem tem seu trabalho dividido. Aprendemos nas faculdades e nas escolas como fazer a justiça ou construir prédios ou salvar vidas simplesmes para contribuirmos com nossa parte para o "belo quadro social" continuar em andamento. Ou seja, pelo bom andamento da sociedade. E isso vale algo?
Antes do mundo regido pelo capitalismo financeiro, havia, tanto em continentes como Europa ou Ásia, homens formados para o conhecimento para as coisas consideradas belas e positivas, visando a verdadeira evolução humana, não um enquadramento ao que o coletivo precisa.
O que quero dizer com isso? O que o ensino e a educação, na antiguidade, mas prezavam eram: a música, realmente levada a sério, a ponto do maior status social conseguido na Europa(fora a Família Real) fosse a dos grandes maestros; Filosofia, bastante desvalorizada no mundo prático e racional demais de hoje; e a Literatura, igualmente desclassificada. Hoje, no mundo em que o patrão é os Estados Unidos e os valores são regidos pela ideologia do continente americano, esqueceu-se tudo isso.
O homem que saiu da Europa e foi tentar a vida na América era um pobre camponês de sangue marrom(não-nobre), e veio ao continente simplesmente para conseguir vencer na vida através do acúmulo do dinheiro. É aquela história, "Quem tem dinheiro pensa em outras coisas, mas quem não tem, passa o tempo todo pensando em como conseguí-lo". Daí, a sociedade americana cresceu sobre a forte ideologia de que o homem deve ser educado para ter uma profissão prática para ajudar no crescimento econômico e no acúmulo de dinheiro. E o homem padrão passou a ser aquele em que ajudasse a construir pilares para o desenvolvimento econômico, e assim esqueceu-se do homem que buscava sua evolução mental e intelectual por meio do verdadeiro conhecimento.
É aí que me pergunto: Eu realmente quero ter uma carreira? E "contribuir com a minha parte para o nosso belo quadro social"? Muitas vezes eu, como o Christopher McCandless, penso que não. Gostaria de uma vida simples, aonde eu pudesse admirar as coisas que considero válidas e belas, mas fui colocado num mundo de competição selvagem e desleal. Se não sigo este rio de desespero em busca do dinheiro e do status social(ocasionado também pelo dinheiro), sou considerado inadequado ou até ridículo.
E pensando nisso tudo, dá realmente vontade de se isolar de todos, e me adentrar ao mundo real, na natureza selvagem.
"Se admitirmos que a vida humana pode ser regida pela razão, a verdadeira possibilidade de vida está destruída".
3 comments:
é exatamente isso o que você disse... quem sabe fugiremos..?
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