Friday, February 06, 2009

O vazio que dilacerou

Uma maneira nova de pensar,
Pois necessito, quase em fim,
De perceber o mundo com outro olhar,
Uma forma mais clara, menos dor,
Um sofrimento suportável, quase normal.

Afasta de mim a maldita necessidade,
de extrair sentido do que não necessita,
de sentido para existir ou estar lá.

Afasta esse maldito e vão pensar,
Esta carga desumana a me pesar,
Esta infelicidade inerte a mim,
Esta solidão tão fiel e esse desprazer a incorporar-me.

Não culpo ninguém, é apenas exagerado demais,
O saldo do sofrimento acima dos raros prazeres de viver,
Sempre prevalecendo o horrível,
dentro de mim ou a qualquer,
seja o pessimismo ou o simples fracassar.

O Cálice sempre esteve próximo a mim,
não deixando chances para qualquer forma alternativa,
de menos dor, um sofrimento suportável, quase normal.
Despeço-me e digo, sem duvidar,
nada há de errado em acabar
com o suplício injustificado e não-justo,
a falta de razões para continuar,
e o horror só de pensar em estar a viver.

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