Friday, November 19, 2010

"Futebol é coisa pra macho", ou "Por que eu gosto de futebol".


O imortal e inesquecível Felipão, na época em que jogava futebol, demonstrando como se faz



"Dizem que o futebol é uma questão de vida ou morte. Eu discordo... é muito mais importante do que isso!"

Bil Shankly, ex técnico do Liverpool.


O jogo desta Quarta, o maior clássico do futebol entre países, me lembrou o motivo de eu ser apaixonado por futebol. Argentina versus Brasil. Não é de se assustar que mesmo um amistoso entre essas duas seleções tenha se tornado algo de extrema importância. Estamos falando da Argentina, o povo mais apaixonado por futebol no mundo, e claro, do Brasil. O Texto que se segue é um tanto quanto auto-biográfico, e ressalvando as enormes proporções, está para a minha vida como o livro Febre de Bola está para o autor inglês Nick Hornby, em que o genial escritor pop divaga sobre sua paixão pelo clássico esporte bretão.

Até certa idade, quando eu era um simples inocente juvenil, minha idéia de futebol era diversa da que tenho hoje. Acreditava no mito que os jornalistas brasileiros chamam de "Futebol Arte", o termo mais ridículo e contraditório que se tem notícia. Mudei de idéia e de paixão ao ver um depoimento do escritor gremista Eduardo Bueno(um dos caras que mais vende livros no Brasil, e uma espécie de guru do futebol para muita gente) sobre a famosa Batalha dos Aflitos. Para os infelizes desinformados, a Batalha dos Aflitos foi um "jogo" entre Grêmio e Náutico que valia o retorno do tricolor gaúcho à primeira divisão do campeonato brasileiro. Jogo é entre aspas mesmo, pois aquilo foi uma verdadeira batalha campal que se deu em Recife, no estádio dos Aflitos. O Grêmio não podia levar nenhum gol, e com quatro jogadores expulsos, após a defesa de um pênalti marcado a favor do Náutico e mesmo com apenas 7 jogadores em campo, marcou um golaço perto do fim, terminando assim em 1 x 0 e o retorno garantido; aquele dia ficou marcado pelo feito histórico e abriu a minha visão de que futebol não é alegria. Futebol é guerra. E se for arte, é uma epopéia, ou dependendo do caso, uma tragédia grega. E claro, naquele dia me tornei gremista. E admirador voraz do futebol gaúcho/uruguaio/argentino.

Que me perdoem os politicamente corretos e amantes do futebol bailarino, mas futebol arte é coisa de fresco. Por quê? Como o citado Eduardo Bueno disse, o futebol é uma metáfora da vida. E a vida não é fácil, parceiro. Tal como a vida, o futebol árduo, duro, difícil, cheio de sofrimento, e com a glória redentora no final. A vida não é um tapete verde liso e brilhante, e sim um campo esburacado.

É aí que eu faço uma analogia com o Argentina e Brasil que ocorreu essa semana. Tal como a vida, o futebol árduo, duro, difícil, cheio de sofrimento, e com a glória redentora no final. Nenhuma frase resume melhor o que foi o jogo do que esta. Durante os dias que antecederam à derrota brasileira, patifes como Ronaldinho Gaúcho, Robinho e Neymar ficaram celebrando o que chamavam de "a volta do futebol arte à seleção brasileira após a Era Dunga". Que futebol arte é esse? Não vi esses meninos da vila(Robinho e Neymar) sobreviverem a um único carrinho da defesa argentina, se esborrachavam todinhos. E logo após a luta que foi os noventa minutos de jogo, Messi resolve fazer a parte dele e constrói a glória redentora argentina do final. Entenderam?

Essa idiotização que cerca o futebol brasileiro é fabricada pela Globo, que depois dos conflitos que teve com o ex-técnico Dunga(o magnífico Dunga, que foi um exímio volante de contenção, capitão do tetra e treinador decente), passou a demonizar o homem. Mas não se enganem, desde 1990 a imprensa do Brasil decidiu dar o nome de "Era Dunga" à fase da Seleção Brasileira que tinha Dunga no comando, caracterizada por o que eles chamavam de um jogo feio, um futebol sem brilho. 1990. E ao fim da copa de 2010 vários jornais estampavam Tem fim a Era Dunga. Vamos fazer uma retrospectiva, se a Era Dunga começa em 1990 e termina em 2010; das cinco Copas do Mundo que o Brasil participou, foram DUAS Copas do Mundo ganhas, três finais e vários títulos menores. Ok, eu sei que das cinco copas deste período o Dunga só esteve à frente de quatro(três como capitão e uma como técnico), mas naquela copa de 2002, vocês acham mesmo que a seleção do maravilhoso LUÍS FELIPÃO SCOLARI, o Brasil jogava futebol arte? Pff... Sem contar que durante o período que Dunga foi técnico da seleção, o Brasil NUNCA perdeu da Argentina na seleção principal, pelo contrário, foram várias goleadas. Pense um pouco, Felipe Melo teria deixado Messi fazer aquele gol no fim do jogo? Seria um baita de um carrinho nele.

Comprovando a tese do sucesso do Futebol-Força(uma redundância, pois o futebol É força), os três times mais ricos do Brasil, os três "grandes" da cidade de São Paulo importam técnicos gaúchos(pode ver a composição atual). E dos quatro últimos técnicos da seleção, três foram gaúchos; Felipão, Dunga e Mano Menezes.

Coisa que me irrita é essa babação por futebol arte. É claro que um time tem que ter jogadores com habilidade, tá aí o Messi para provar. Mas futebol não é feito de beleza e alegria, e sim de superação, resistência e força. Exemplo, quando jornalistas da TV estão fazendo listas a escolher o "gol mais bonito da rodada", ele pode até parecer uma obra de arte, mas nenhum gol lindo e maravilhoso, reprisado 300 vezes vai ter 10% da importância e emoção do gol mais feio, chutado de bico mas visto ao vivo no estádio num momento de aflição.

Futebol é isso. A essência é essa. Por isso nem assisto ao Brasileirão. Pontos corridos é chato, monótono e besta, passa ao lado da essência do futebol. Bom mesmo é o primeiro semestre, cujos esquemas dos principais campeonatos(a COPA DO BRASIL e a COPA LIBERTADORES) capturam o espírito do esporte bretão logo pelo nome: jogos de mata-mata.

Já pensou se a Copa do Mundo fosse feita de pontos corridos e não de mata-mata? Eu me mataria.

2 comments:

Tiengo said...

sempre que vou ver os comments eu leio "Fulano Sad" em vez de "Fulano Said"

Anonymous said...

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